CASCUDO, Luís
da Câmara. O Livro da Velhas Figuras (vol. 1) Natal, Ed.do Instituto
Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, 1974; por
Mariana Giardini Beti Fichamento Prólogo: Enélio Lima Petrivich (29/04/1974)Refere-se a Cascudo como historiador: "O historiador da cidade de Natal, título oficial em 25 de dezembro de 1948 (diploma com a simbólica chave de ouro), novamente justifica sua proclamação consagradora ao conquistar prêmios nacionais ("Machado de Assis", "Brasília", "Henning Albert Boilesen"), situando-se no mais alto nível da contribuição intelectual no Brasil." (p.6) Segundo prólogo: Câmara Cascudo Título: "Era uma vez um livro..." Conta a história de como foi convidado a editar esse livro: "não há, como vêem, atualização. Sejam como são ou não sejam, como diria o Padre Ricci, geral dos jesuítas. É um documentário de figuras e fatos do Rio Grande do Norte. Prata da casa." (p.7) Escreve sobre os vários anos que trabalhou n’A República, desde 1938. Dizendo ser "uma maneira de servir à minha terra e a minha gente, restituindo-lhes a vivência dos acontecimentos e das vidas dignas de memória." (p.8) Agradece o interesse dos
editores. 1) PEDRO ALEXANDRINO (p. 9) Nasceu em 26/nov/1870. "Professor de que? Oficialmente de português. Mas realmente ensinou - me a ler, a escolher livros, a conversar, a verificar as formas literárias, a examinar valores, a respeitar o talento onde quer que estivesse, a independer da popularidade, da consagração, do aplauso." (p.9) (28/01/43) 2) QUE QUER DIZER MIPIBU? (p. 11) Cascudo faz a famosa busca das origens. (17/12/59) 3) JOAQUIM POLICIANO LEITE (p. 12) Nasceu em 20/abr/1859. Membro da Intendência Municipal do Natal. (19/04/59) 4) XARIAS E CANGULEIROS Divisão de dois bairros: Cidade Alta (Caxias) e Ribeira (cang.) (08/11/42) 5) A LIÇÃO DO DOUTOR MARCOS (p. 16) (15/12/40) 6) AMIGO POBRE (p.17) (15/12/40) 7) PRIMEIRO NORTE-RIO-GRANDENSE QUE PERTENCEU À SUPREMA CORTE JUDICIÁRIA NO BRASIL (p.20) Cascudo também menciona o segundo o terceiro e o quarto norte rio grandense que pertenceu a corte. (13/04/39) 8) JOSÉ PACHECO DANTAS (p.24) (25/01/42) 9) O DOUTOR GALHARDO (p.26) (08/09/43) 10) NORTE-RIO-GRANDENSES, PRESIDENTES DE PROVÍNCIAS (p.27) "Tentou o Império unificar moralmente o Brasil." (p.27) (03/03/42) 11) MÉDICOS EM NATAL (p.28) (23/05/42) 12) OS PRIMEIROS EMPRÉSTIMOS E AS PRIMEIRAS APÓLICES (p.30) (13/03/42) 13) O PROFESSOR QUE GOVERNOU O RIO GRANDE DO NORTE (p. 32) (12/02/42) 14) O PRIMEIRO JORNAL E O PRIMEIRO TIPÓGRAFO (p.34) (20/05/40) 15) O DOUTOR LOUSSEIRO (p.36) (08/03/40) 16) DIÓGENES DA NÓBREGA (p.38) (10/03/40) 17) PORTOLEGRE E SUA BICA (p.40) (04/02/42) 18) UM MORGADO PORTUGUÊS EM SÃO JOSÉ DE MIPIBU (p.42) "(...) apelei para Joaquim Manuel de Muroz Grilo, juiz de direito em São José de Mipibu, meu companheiro em pesquisas da nossa micro-história local." (p.43) (11/10/42) 19) DOUTOR SOUTO (p.44) (18/03/42) 20) JOÃO CHAVES (p.46) (04/10/39) 21) HENRIQUE CÂMARA (p.48) (22/01/42) 22) JUVENAL ANTUNES (p.51) (20/10/41) 23) O DOUTOR LOLÓ (p.55) (21/02/42) 24) SEU MARANHÃO (p.58) Um dos poucos "homens do povo" que são biografados. Se Maranhão é dono de uma farmácia, e é um homem digno. (01/02/40) 25) BRAZ DE MELO, ESTUDANTE (p.60) (07/04/40) 26) MOISÉS SOARES (p.62) (30/04/40) 27) CHICO GORDO (p.64) (17/03/40) 28) JOÃO GOMES FREIRE (p.66) Outra pessoa humilde que aparece, mas João governou o Rio Grande do Norte. 29)BARÃO DE SERRA BRANCA (p.68) (03/09/44) 30) O PADRE JOÃO MANUEL (p.70) (15/12/38) 31) O BARÃO DE ASSU (p.74) Defensor da República. (8/6/41). 32) PROFESSOR JOSÉ GOTARDO EMERENCIANO (p.76) (4/8/40). 33) O JUIZ QUE NÃO QUIS SER DESEMBARGADOR (p.78) (6/5/42). 34) FELIPE FERREIRA, DE MANGATEIRA (p.80) "não era rico" (p. 81) (7/7/40). 35) O TENENTE CORONEL JOSÉ DA COSTA VILAR (p.82) (3/3/46). 36) MANUEL ANTÔNIO OLIVEIRA CORIOLANO (p.83) Professor - historiador sertanejo (21/3/41). 37) TOMÁS GOMES DA SILVA (p.85) Bacharel - maçom (21/04/46) 38) MANUEL PINHEIRO (p.87) Professor de Latim (01/11/40). 39) BARÃO DE MIPIBU (p.89) Senhor de engenho - conservador - p. 90 (11/05/41). 40) O PROFESSOR ONOFRE (p.91) "(...) Deputado Provincial no biênio 1888/89, João Onofre sabia, como hoje saberão ainda três homens: - Felirito Elísio, no jardim do Seridó, Cipriano Santa Rosa, do Acari e Romão Filgueira, em Mossoró, narrar e ressuscitar os fatos pretéritos. Creio dever - lhe, nos meus onze anos atônitos, as primeiras ondas da paixão pela História, seus detalhes, minúcias, recortes, episódios". - p. 92. Coloca genealogia. Carta de Onofre: "Prezado amigo Cascudinho: Indo a Portalegre para os trabalhos de júri na qualidade de Promotor Público interino da Comarca, tomamos a casa, eu e o Dr. Juiz de Direito Silvério de Souza, do Cel. Marcelino Nobre, que nos pendurou gentilezas. Foi ali que sobre uma de suas cultas, tive a agradável surpresa de deparar com o seu livro 'HISTÓRIAS QUE O TEMPO LEVA.' O meu jovem amigo não avalia a sofreguidão com que li o referido livro e o prazer que me causou sua leitura! Sou natalense, aí nasci, aí criei - me e aí convivi até a idade de 24 anos, quando tive de me retirar para o interior do Estado, então Província, para me ocupar dos árduos labores do magistério público primário. Como vê, devo conhecer mais ou menos a história do RGN, de suas lendas, principalmente da minha muito amada Cidade Natal. Lendo, portanto o seu livro, fique entusiasmado não só pela beleza do seu estilo, como pela fidelidade com que expôs as suas lendas e cantos. Fui um dos expectadores do Teatro Campal do Barro Vermelho! Contava em vinte e quatro anos. Como ligeiramente correm os temo!... Sobre a tragédia política de 1817, que teve por epílogo, o bárbaro assassinato do mártir André de Albuquerque, senhor de Anchaís, ainda conheci João Alves de Quental sobre o qual disse - me muitas vezes minha avó materna, Dona Antônia de Borja, sogra e tia do meu tio Cel. Bonifácio, contemporâneo do acontecimento histórico do Natal, de que fora João Alves, que com o seu espadim, dera a estocada no baixo ventre do mártir, porém que Antônio José Leite arrojara a si essa "glória" que deu lugar a vindita da família Maranhão, mandando - o assassinar, cujos mandatários, executaram o assassinato numa sexta - feira de Passos, quando Antônio José Leite, depois da procissão, recolhendo - se a casa, sentara - se na calçada para tomar ar fresco, foi nessa ocasião que os mandatários o esfaquearam com facas envenenadas, que as deixaram frias cravadas no corpo da vítima. Por aqui, meu jovem simpático amigo, de recesso de minha obscuridade, procuro acompanhar o movimento político, social e literário do nosso querido RGN, sentindo em certo desvanecimento de norte - rio - grandense ao ver a plêiade de futurosos moços que com passos acelerados marcham firme pelo caminho da glória. Acha - se nessa cidade de residência o seu parente e meu deleto neto, Dr. Manuel Onofre, que ocupa o lugar de Delegado Auxiliar e faz parte do corpo redacional n’A República, tenho o prazer de apresenta - lo ao meu jovem e talentoso parente. Peço - lhe para apresentar a D. Ana, sua venerável mãe, os meus respeitosos cumprimentos."
(03/01/41) 41) SEU PEREIRA (p.94) Sabia tudo, mas era do povo. Era inteligente e tinha boa memória (23/04/40). 42) OLIVEIRA LIMA EM NATAL (p.96) Historiador (23/06/40). 43) COMANDANTE CALDAS (p. 98) "Reformado, não se escondeu da vida. Aceitou a gerência do jornal " A Opinião", órgão oposicionista" - p. 100 (19/04/42). 44) DIOMEDES QUINTILIANO (p.100) (17/03/40) 45) ANTÔNIO ELIAS (p.102) Pobre, mas virou militar e também publicava versos n’ A República (23/06/41). 46) JUVINO BARRETO (p.105) "Pai dos pobres" - p.107. 47)JOÃO TIBÚRCIO (p.107) Professor de Latim Ateneu (08/08/40). 48) PADRE CONSTÂNCIA (p.109) (19/08/42). 49) SINFRÔNIO BARRETO (p.111) Andava pelo colégio, ajudava os pobres (15/11/39). 50) MANOEL MIRANDA (p.113) Criador da festa da Bandeira ("um nome simples" - p. 113) - republicano histórico - soldado - abolicionista positivista (12/05/42). 51) CAPITÃO JOSÉ DA PENHA, VALOROSO POTIGUAR! (p.116) (22/02/42). 52) HERCULANO RAMOS. (p.119) Arquiteto (26/7/44). 53) O BARÃO DA REDINHA (p.110) (10/12/39). 54) HISTÓRIA E ESTÓRIAS. VOU LEMBRAR PEDRO SOARES DE ARAÚJO (p.112) Partido conservador, "Estudioso de História. Dez anos presidente do Instituto Histórico." - p. 123 (20/11/56). 55) MANOEL JOAQUIM GRILO (p.124) O primeiro deputado de goianinha "Pelo velho conceito da História clássica, Manuel Joaquim Grilo está afastado dos registros glorificadores. Não fez coisa alguma de notável e de superior. Não era riquíssimo nem governou Província. Não inventou a captação de eletricidade atmosférica nem cubou a esfera. O Imperador não lhe concedeu o esmalte de uma condecoração nem outra qualquer dessas honras que se despem com a casaca. Para mim, Manuel Joaquim Grilo é digníssimo da citação histórica. História não é o registro das anormalidades nem índice dos sobre - humanos heroísmos. História é o relato das forças diárias e conscientes que formam a Nação. Esses homens que plantaram as fazendas, fundaram os engenhos, deixaram famílias - troncos, estiveram nos movimentos iniciadores da administração nacional, participando das primeiras eleições, rendendo a honra dos primeiros mandatos, a confiança dos encargos populares quando o Brasil amanhecia para a existência social, são, em tudo, idôneo para um lugar na História e um minuto de recordação em nossas memórias. Os heróis, os mártires, os sábios, os santos, são as cúpulas flamejantes nesses edifícios. Plantadores, vaqueiros, soldados, comerciantes. São as paredes, indispensáveis e anônimas, sustentando, modesta, mas suficientemente, o orgulho das torres onde os zimbórios reluzem ao sol." (p. 125). (22/05/41). 56) HISTÓRIA E ESTÓRIAS: O PRIMEIRO INGLÊS MORADOR DA CIDADE NATAL (p.126) "Suspeito de republicanismo" - p. 126 (04/10/56). 57) RÉQUIEM POR MANDELA PEREIRA (p.128) Aristocrata (12/06/59). 58) JOSÉ ANSELMO, CANDILHO DO ALÉM (p.130) Não tinha partido (21/03/59). 59) GONGA (p.131) Pobre - "o célebre boteiro da cidade do Natal" - p. 131 (10/3/59). 60) Água Encanada. Devemos A Um Dinamarquês (p.133) (06/03/59). 61) MANUCO VARELA (p.134) Aristocracia rural (06/12/58). 62) MONTANO EMERENCIANO (p.136) "(...) Sabia, como raros, a história oficial e a história secreta, da Cidade do Natal. Conhecera as figuras, as peripécias, os sucessos, os mistérios. Sabia evocar deliciosamente as festas, os costumes, as fisionomias do Passado. Dizia a anedota, cantava a modinha, dançava o baile." Horas e horas ouvia - o encantado com sua memória, sua inteligência, sua facilidade intelectual em precisar o pormenor e salientar o aspecto essencial, fazendo viver, iluminar - se e ascender o quadro que arrancara do esquecimento, das trevas do Tempo Passado. - p 138. (05/03/59) 63) O CONDE D’EU EM NATAL (p.138) (28/03/42). 64) A CRUZ DE AMARO (p.140) (06/10/42). 65) AS EXCENTRICIDADES DE URBANO HERMILO. (p.142) "aristocrático" - p.142 (15/12/44). 66) O VIGÁRIO JOSÉ DE MATOS SILVA (p.145) (01/04/43). 67) MIGUEL RIBEIRO, DO "DIAMANTE" (p.147) "Coronel Comandante Superior da guarda Nacional" - p. 147, partido conservador. (29/10/39). 68) ADERALDO GARANTIZADO (p.149) Fazendeiro, "figura de sertanejo" - p. 149 (04/12/43). 69) O FUNDADOR DO JARDIM DO GERIDO (p.150) (29/01/44). 70) PANQUECA (p.152) (06/03/40). Considerações finais: Grande incidência dos temas dos artigos girarem em torno da Proclamação da República. |